segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Contra Miguel Real (3): uma bananice

Miguel Real diz:

"3. Contraditando o novo realismo, surge um realismo de tipo jornalístico, centrado numa história relativamente simples, por vezes excessivamente sentimental, ressuscitando memórias românticas do século XIX, desenvolvido num léxico transparente, não raro superficial, continuador do estilo dos romances portugueses até à década de 50, cuja publicação anacrónica prossegue até 2010. Citemos alguns dos autores deste tipo de romance, designado por «romance de mercado» porque escrito em obediência aos fluxos de vendas deste (verão, Natal), e, negativamente, designado por «romance light»: Margarida Rebelo Pinto, Tiago Rebelo, Maria Roma, José Rodrigues dos Santos, Júlia Pinheiro, Moita Flores, Júlio Magalhães, Pedro Pinto, Manuel Arouca, Isabel Stilwell, Maria João Lopo de Carvalho, Luís Miguel Rocha, Daniel Silva (A Marca do Assassino, 2007; O Artista da Morte, 2008; O Assassino Inglês, 2009; As Regras de Moscovo, 2010; O Confessor, 2011).
É um conjunto de autores que vive literariamente o presente, refletindo-o no conteúdo social dos seus romances e, voluntariamente ou por ignorância cultural, desconhece os veios nervosos tradicionais da cultura portuguesa do passado. [...]"

Eu diria:

Contraditando o novo ensaismo, ressurge um ensaismo do tipo elitista, centrado num conhecimento relativamente simples, por vezes excessivamente sentimental, ressuscitando memórias românticas do século XIX, desenvolvido num léxico transparente, não raro superficial, designado por ensaio light, como este "O romance português contemporâneo 1950-2010", o livro que afirma Daniel Silva como escritor português.

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