segunda-feira, 28 de junho de 2010

sofá-mundo

As origens são um arquipélago flutuante de ilhas ardendo, ilhas em cinza e do lado de lá sinais de fumo entre as ocultas. No desmaio da deriva, acordei nas cinzas da praia onde nada resta. Entorpecido, ergo-me do sofá como de um bote e cambaleio no tapete como em areia. Regresso à manta, meu monte de cinza, com velas e álcool para incendiar as ilusões que ainda sobram. Aproximo-as e já sou eu em combustão a avivar as chamas. Embarco de novo no sofá enquanto ardo e atiço os remos. No meio do mar, entre as ilhas, voga uma música incessante e um corpo incandescente. A construção pelo fogo.