Fugiram-nos os pássaros das mãos
quando nossos corpos deixaram de galopar as nuvens.
*
Se algum dia os barcos
voltarem a singrar nos teus olhos
o meu sexo não terá sido rasgado em vão.
*
De todos os meses são esta fome e esta sede,
por isso todos os beijos
sabem a fruta e têm cheiro a flores,
e neste apertadíssimo abraço
nenhum de nós sabe
onde termina o eu
e começa o tu,
secreto desassossego das raízes
debaixo do sol púbico partilhado
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