A quem me pedir um poema interativo,
direi que neste exato instante o poema é vida própria, acidente,
mão de um qualquer deus a masturbar o leitor,
colhidos os órgãos na passadeira tensa da leitura.
A seguir, neste antro da moral,
vem o leitor interativo, que encorpa e masturba o poema.
A quem mo pedir,
direi que tudo e nada já estão ditos, e do tudo até ao nada.
Talvez falte cursar o outro caminho, a rua deserta,
desnascer
e renascer no hiato habitando a fuga.
E é talvez neste talvez que se funde e fode o poema.
Pronto.
O poema está agora a borrifar-se nos olhos interativos do leitor.
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