"I Thought you were someone else" constava na demo de uma edição espanhola da Rock Sound. Depois vieram duzentos contos da venda de uns eucaliptos, antecipando um computador ainda a tempo do Audiogalaxy explicar que ter mais um remo ajudaria a minimizar o risco de navegação em círculo, não o inevitável de me circundar nos meus próprios vínculos. Posto isto, as importações seguras das rodelas.
Cobolt é expressão desta navegação circundante sobre um eixo móvel à deriva. É como se todos soubéssemos seguramente para onde nos dirigimos, por termos atrás de nós uma corda contínua a ligar-nos ao ponto de partida, mas por outro lado esse chão ser uma vertigem movediça e derivante a influir na rota. Trazemos connosco um cabo que se desenrola para uma origem flutuante, uma âncora impossível a regular a jornada.
Não sabemos de onde vimos. Temos apenas um cabo - as referências. De Cobolt, olhando para trás, reconstruía as imagens que os discos Spirit on Parole e Passoa projectam. Hoje, os remos esticaram o cabo até ao tema The Fire, achado em http://www.myspace.com/coboltmusic.

Desfaço-me de remos e bandeiras, estendo-me no sofá como no fundo de uma pequena embarcação e avisto o branco que limita o céu. Aninho-me com uma manta como num monte de corda, embalo na corrente desta melodia sucessiva e sorrio às gotas minerais enquanto aguardo que as derivas me enlacem o pescoço.
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